segunda-feira, 25 de abril de 2011

Soneto CVIII

Pensamento não há que, podendo escrever-se,
Não te haja a minha pena ainda confiado.
Nada de novo tenho, então, nada que verse
No meu amor, no teu valor, sempre cantado.
Nada e nada. Porém, suave jovem, qual prece,
Cada dia direi a expressão costumeira:
"tu és meu e eu sou teu", que nova me parece,
Mas que me ouviste, ao te saudar a vez primeira.
É que o amor, sendo eterno, há de ser, igualmente,
Novo, isento da poeira e da injúria da idade;
Novo, nunca sujeito à ruga irreverente;
Novo, sempre senhor da austera antiguidade.
        A primeira impressão do amor, nova, perdura,
        Até depois de morta a amada criatura.  
( William Shakespeare) 

2 comentários:

Denise Parra disse...

Confesso que não sou fã de poemas, mais adorei.
Bjos

Jeniffer Yara disse...

William sempre escrevendo maravilhosamente para nossas almas <3

Beijos