segunda-feira, 2 de maio de 2011

Poesia da semana

A poesia de hoje, é realmente de hoje, calma vou explicar, vocês já foram parados na rua por aqueles escritores que trocam alguma de suas obras por alguma doação? Pois é, hoje a tarde, quando estava entrando no SESC, para minha querida aula de teatro, um desses escritores me parou, bom, o que fazer? Qualquer um nem daria atenção, mas eu tenho um sério problema que eu simplesmente não consigo ignorar quando alguém fala comigo e pior ainda é quase improvável que eu diga "não" pra qualquer coisa, então, o que eu fiz?  
Remexi minha bolsa desesperadamente a procura de uma moeda e dei pra ele, devem estar pensado: "Que besta, era só continuar andando" , é senhoras e senhores, mas se eu tivesse continuado meu caminho hoje não teria "Poesia da  semana" pra vocês, eu até gostei das poesias (de algumas, pois outras nem sequer entendi, vão em frente me chamem  de burra)......Aproveitem e pensem a respeito de qualquer coisa, mas pensem.


Moça

Tuas rubras, pétreas, serenas coxas,
Fitam meus olhos claros e baldios.
Olhos dum tímido, duma louça
Feitos de pura porcelana viril.

Mira-te minha lira -- esquadrinha --,
Meu sorriso -- denuncia --,
Minha agonia -- surge
Fraca como o tecido da nuvem.

Num jato fabuloso, imagino
Verter sobre teu rosto o líquido
Que alimentava os deuses do Olimpo.

 Vinho, néctar, ah, não importa,
Não importa até mesmo o fel
Se quando a sinto, sinto o próprio céu.

  (Antonio Luiz Junior)
     

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