Persistente, ensopada mas persistente.

Alguns dias atrás, fui ver uma peça de teatro no SESC.
A peça foi legal, o que não foi nem de perto legal, foi chegar lá.
A hora da peça já era um empecilho por que minha mãe não gosta que eu saia, e de noite ainda? Piorou, não que eu ache que 9 horas seja tão tarde assim (o que posso fazer, coisas de mamy, né).
No momento em que eu estava me arrumando, adivinhem, começa a chover, tudo bem, nunca tive muito medo de água mesmo, mas não posso dizer que não bateu aquele desanimo, mas eu tinha dito que ia (não gosto de fazer ninguém de bobo), então continuei a me arrumar.
Saí de casa, com chuva e mamy implorando pra que eu não fosse.
Peguei o ônibus, quando desci, não sei como, mas a chuva estava pior e eu ainda precisava andar muito pra chegar ao SESC.
De guarda chuva, segurando um bolsa e uma jaqueta, chapinhando de salto alto em uma calçada que mais parecia um lago. Um bela imagem, não?
Quando finalmente cheguei lá, fiquei esperando em uma sala com as outras pessoas, foi aí que eu me senti esquisita, tipo, sei lá, parecia que eu estava vestida pra uma festa, enquanto todo mundo estava normal, também parecia que eu havia acabado de chegar da rodoviária, de tanta coisa que estava carregando, bom, não dava pra fazer muita coisa à respeito, então eu fiquei quietinha em um canto, meio escondida.
No final, eu estava um pouco mais a vontade com minha situação (pelo menos meu vestido já havia secado e meus sapatos haviam parado de fazer aquele barulho de encharcados), voltei pra casa e pensei, que apesar de todos os obstáculos que as vezes temos, não importa qual seja, a chuva, a preguiça ou o desconforto e a vergonha, o melhor momento é quando você se joga na cama morta de cansada e diz, "Ufa, passou!".
No outro dia acontece tudo outra vez, mas você sabe que no final do dia o cansaço vai ser um verdadeiro prêmio por ter conseguido realizar tudo o que queria.